By Nah

Artigo de minha autoria utilizado para complementar e embasar o seminário semestral da disciplina de Sociologia da Educação II do 2º semestre do Curso de Pedagogia.

Primeira Parte:

“Sexo, Educação, Família e Sociedade”.

Sendo temas cheios de controvérsias, Sexo e Orientação sexual devem ser discutidos em todas as esferas da sociedade pós-moderna.

Derrubar mitos, preconceitos e tabus é necessário, sem desrespeitar os valores da religião e da família.Os profissionais da educação estão de frente com uma realidade totalmente diferente de algumas décadas atrás. É de grande importância orientar os jovens para que saibam lidar com sua sexualidade de maneira natural, com responsabilidade e consciência.

Problemas como doenças e gravidez precoce são atualmente muito abordados em sala de aula. Conheça passa a passo A orientação sexual no Brasil:

1974- É aprovada pelo Conselho Federal de Educação a implantação da orientação sexual nas chamadas escolas de segundo grau. A abordagem fica centrada nas questões biológicas e médicas, sem discutir comportamento e valores sociais”.

1976- O governo deixa de se responsabilizar pela Orientação sexual para centrar sua atuação em temas sociais e econômicos. A orientação sexual passa a ser uma atribuição à família.

Década de 80- Com o fim da ditadura e com a abertura da política, volta a crescer o debate sobre a necessidade da Orientação Sexual nas escolas. O interesse é guiado, principalmente, pela preocupação da gravidez na adolescência e pelo surgimento da AIDS.

1998- O ministério da educação e Desporto inclui a orientação nos “Parâmetros curriculares Nacionais (PCN´s)”, não obrigatória mas recomendada para as ações dentro da escola. O tema é dividido em blocos de conteúdo para os quatro ciclos do ensino fundamental.”

(Fonte: “Sexualidade, prazer em conhecer". - Ed Positivo).

Além dessa preocupação do governo em orientar os jovens para relacionamentos com segurança entre heterossexuais, devemos dirigir nossa atenção também para a questão da Homossexualidade.

Muitas famílias não aceitam e as igrejas Cristãs condenam como forte agressão à natureza divina, porém em religiões orientais como o budismo o fato de ser homossexual já é visto com outros olhos devido às tradições e interpretações diferentes da realidade. O fato, é que a cada dia que passa, fica mais fácil para o jovem assumir sua orientação sexual, sendo que a sociedade passou a aceitar com menos dificuldades que antes a decisão de alguém de amar uma pessoa do mesmo gênero sexual.

O problema surge, quando liberdade se confunde com libertinagem, e os Gays, assim como centenas de heterossexuais passam a vender seus corpos, banalizando toda a luta da comunidade Homossexual por respeito e direitos iguais perante a lei. Esse ato de se vender, faz com que o preconceito só aumente e todos sejam vistos como seres promíscuos e não pessoas sérias que desejam ter uma vida em comum com outra, da mesma maneira e no mesmo nível de “normalidade” dos heterossexuais.

É uma longa discussão, mas abordando de maneira mais ampla, cada um de nós tem uma opinião sobre o assunto, mas vale ressaltar que o que importa é o RESPEITO. Respeitar a diversidade racial, cultural, e aqui no nosso caso, a diversidade sexual também. Somos todos humanos com direitos e deveres iguais, portanto, construir mentes mais abertas a discussões sobre esse tema e tantos outros da nossa sociedade, é a missão da Escola e dos educadores nela envolvidos.

- Para Refletir:

* “Homossexualidade é doença, opção ou orientação?!”

* “Ser gay é sinônimo de promiscuidade?!”

* “Casamento no civil para casais Homossexuais. Sim ou não?!”

* “ Adoção homo afetiva, é possível?!”

Segunda parte:

“Riscos de uma sexualidade mal vivenciada”.

Na era pós-moderna em que estamos vivendo eis que surge um fenômeno que é, de fato, muito interessante: A banalização do ato sexual. A forma como a sociedade trata o sexo hoje em dia, dá a entender ao jovem que ele pode fazer sexo, com qualquer pessoa, em qualquer lugar, não sendo necessário, portanto, que haja uma relação afetiva, o que torna o ato sexual algo mecânico e feito apenas para obter prazer momentâneo, ou só por uma noite.

Esse comportamento nos revela também, uma necessidade “mascarada” de companhia, o jovem vive em segredo uma solidão e uma carência afetiva, mas que perante os amigos em geral que, cada vez mais, tratam os sentimentos de forma superficial, assumir compromisso sério com alguém e viver uma relação de amor e fidelidade, é algo totalmente fora dos padrões. O que vale para os meninos é mostrar virilidade, e para as meninas, a liberdade conquistada, confundida então com libertinagem.

O que muito influência nesse comportamento é a mídia. Hoje músicas que falam explicitamente sobre sexo e orgias tocam muitas vezes em festinhas particulares, nas quais todos dançam e nem percebem a que estão sendo submetidos. Como se não bastassem as músicas e as danças que de tão sensuais chegam ao nível da vulgaridade, ainda temos as novelas “Teens”, onde existe uma troca constante de parceiros e de relações afetivas. Em horário nobre, a vida de prostituta se torna algo tão normal quanto assassinatos e adultérios.

Tamanha é a banalização do ato sexual quanto à banalização da vida. Somos apenas corpos em busca do prazer. Seguindo essa linha de pensamento, certos comportamentos vem sendo observados na nossa sociedade, como por exemplo, a violência sexual e a prostituição.

A prostituição é uma prática de séculos, mas nos dias atuais, podemos observar garotas bem nascidas, de classes econômicas bem favorecidas, nível universitário e alto grau de instrução vendendo seu corpo por puro prazer. O que muitas vezes, é visto como única saída para centenas de mulheres, para outras, se torna uma escolha, a opção de viver intensamente a vida sexual e superficialmente as relações afetivas.

O outro lado da moeda é ainda mais triste. O fator econômico é o determinante mais comum para o ingresso na prostituição, sem escolhas e para sobrevivência, mães de família, jovens pobres e crianças, vendem a preços mínimos seus corpos, para sustento da casa ou para manter vícios com drogas, que são oferecidas pelo “financiador” desse “trabalho” já com a intenção de formar um circulo vicioso, do qual, poucas tem chances de sair.

Muitas crianças iniciam sua atividade como prostitutas aos oito anos de idade, após sofrerem agressões físicas, sexuais e morais dentro de casa, vêem a vida como algo sem valor, que pode ser vendido em média por R$10,00 a R$20,00. Dessa atividade, surgem às conseqüências físicas: dores na genitália, com lesões e/ou sêmen no ânus ou na vagina, inflamações e hemorragias, além de problemas psicológicos graves, doenças que podem ser transmitidas durante a prática sexual e também, uma gravidez precoce e indesejada.

A gravidez dessas garotas – não apenas das jovens prostitutas, mas das adolescentes em geral - gera danos sérios a suas vidas, a vida dos bebês e a sociedade.

Muitas delas ainda não estão preparadas psicologicamente, financeiramente, socialmente e emocionalmente para trazer ao mundo uma nova vida, que trás junto dela muitas responsabilidades ainda desconhecidas pelas futuras mamães. Muitas delas fogem de casa, ou abandonam os estudos, ou se casam para poder ter uma segurança quanto à parte financeira. Os danos que uma gravidez precoce pode trazer para uma jovem são muitos, como por exemplo, a adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento, emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações da gravidez e problemas de parto.

Como tudo isso pode acontecer, com tanta informação e divulgação de métodos de prevenção contra gravidez e doenças? É uma questão a ser discutida e levada a sério pela sociedade. Primeiro fato: não basta saber da existência dos diferentes métodos, é essencial o conhecimento de seu funcionamento, sua eficácia, vantagens e desvantagens. O desconhecimento desses fatores leva ao seu uso inadequado, conseqüentemente leva também a uma gravidez precoce. Segundo fato – e o mais intrigante: os jovens simplesmente negam o fato de que gravidez e doenças possam acontecer com eles. Todas as informações, porém, tornam-se invalidas.

Com a gravidez, surge outra questão: O aborto. Legalizar ou não, se é certo ou errado... A discussão não tem fim, mas teremos que chegar a um consenso, já que o aborto é uma realidade no Brasil e no mundo, e centenas de mulheres morrem em decorrência de abortos feitos em lugares clandestinos e sem higiene, que provocam infecções sérias e às vezes até ineficiência do ato, fazendo com que o feto sobreviva à tentativa do aborto e nasça com deficiências e deformidades.

Quando o assunto é, interromper um processo de geração de uma vida surgem inúmeras opiniões. As feministas consideram o aborto uma questão de direitos humanos, saúde pública e justiça social. Para a Igreja, o aborto é um crime contra a vida. E você? Qual sua opinião?!

Para refletir:

* “A favor do aborto e contra a vida?!”

* “Contra o aborto, a favor da morte de jovens meninas em clinicas clandestinas?!”

* “Aborto x Espiritualidade”

* “Direito sobre o próprio corpo?!”

* “Conseqüências x Vantagens”

Conclusão:

Século XXI, crises na economia, na religião, na educação, nos valores e na moral. Começa-se a formar uma nova maneira de enxergar a sociedade. É necessário olhar atentamente para as questões que abrangem a vida humana.

É nossa responsabilidade oferecer parâmetros para a formação de um cidadão crítico, não alienado e disposto a fazer o bem e com força de vontade para mudar algumas tristes realidades.

 

0 comments so far.

Something to say?